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Considerado o país mais pobre das Américas, o Haiti recorre à terra como ingrediente principal para saciar a fome.

Um dos motivos das mulheres haitianas criarem esta iguaria está relacionado, também, à inflação absurda do preço dos alimentos. O Haiti já era um dos países mais famintos até antes do terremoto ocorrido em 12 de janeiro de 2010. O fenômeno destruiu cerca de 80% da capital Porto Príncipe registrando mais de 200 mil óbitos e mais de 3 milhões de desabrigados.

Se não bastasse a destruição da cidade, o desemprego e a miséria, falta comida para a esmagadora maioria da população. A consequência direta disso é que um número impressionante de pessoas, dentre estas, milhares de crianças, são obrigadas a se alimentarem com biscoitos feitos de terra.

Para salvar a fome, as mulheres haitianas descobriram na terra uma possibilidade de alimentar a população e garantem que além de nutritivo, o biscoito de terra tem propriedades medicinais.

Com vestidos velhos, as mulheres espalham sobre lençóis porções de uma massa amarelada que são misturados em bacias de metal ou plástico. Com uma colher, o movimento dos punhos dá forma aos discos que cozinham com o calor do sol intenso na parte baixa de Porto Príncipe, capital do Haiti.

Batizado de ““, o resultado é uma textura sólida branca e quebradiça, semelhantes à blocos de terra ressecados durante uma estiagem. “Não pode ser feito com qualquer terra. Tem um tipo que é específico para isso e que só tem aqui no Haiti.”, diz Tirose Julia, uma das vendedoras.

A receita é simples: terra, água, sal e manteiga. No país onde comer arroz é luxo, cada biscoito é vendido por cerca de R$0,08.

Enquanto nações ricas gastam trilhões em armamentos de guerra para matar os seres humanos, no Haiti, milhões de pessoas se alimentam de terra. Já que o problema não sensibiliza autoridades ao ponto de exterminar a fome no Haiti, cabe à nós nos conscientizarmos, todos os dias, sobre o pão com manteiga em cima da mesa.

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