Diante de um grupo de idosos com memória excepcionalmente boa, pesquisadores americanos da Universidade Northwestern resolveram tentar descobrir se o cérebro dessas pessoas tinha algo de especial.
Esse grupo, batizado pelos cientistas de “Superagers” (algo como Superidosos), é composto por pessoas com mais de 80 anos de idade que ostentam uma memória similar à de jovens com idade entre 20 e 30 anos.
O estudo avaliou os cérebros de 31 “Superagers”, que foram comparados com dois outros grupos: um composto por 21 indivíduos da mesma faixa etária com performance cognitiva normal e outro composto por 18 adultos mais jovens, entre 50 e 60 anos.
“Ou o cérebro dos ‘Superagers’ têm conexões diferentes ou têm diferenças estruturais em comparação a indivíduos normais da mesma idade”, diz Changiz Geula, um dos autores do estudo e professor do Centro de Neurologia Cognitiva e Doença de Alzheimer. “Pode ser um fator, como a expressão de um gene específico, ou a combinação de vários fatores que oferece essa proteção.”
Exames de imagem concluíram que os idosos bons de memória tinham uma região do cérebro chamada córtex cingulado anterior – indiretamente relacionada à memória – mais desenvolvida em relação aos idosos comuns e também em relação aos adultos mais jovens.
Os “Superidosos” também tinham 87% menos emaranhados neurofibrilares, lesões associadas ao Alzheimer, em comparação ao grupo de mesma idade. Eles ainda apresentavam uma quantidade muito superior de neurônios conhecidos como von Economo, ligados à inteligência social.
“Identificar os fatores que contribuem para a capacidade incomum da memória dos ‘Superagers’ nos permite oferecer estratégia para ajudar a população crescente de idosos ‘nomais’ a manter sua função cognitiva e guiar terapias futuras para tratar certas demências”, diz a pesquisadora Tamar Gefen, também autora da pesquisa.
Fonte: G1