Há um ditado que diz que cada pessoa escolhe a sua própria droga: seja ela café, açúcar, sal, gorduras, esporte em excesso, adrenalina, sexo, cigarro, ou todas as outras do time das ilícitas. Acredita-se que dificilmente alguém sai ileso quando o quesito é adotar algo que contribua para algum tipo de efeito positivo no organismo. Concordamos com o fato de que esse é um direito do qual as pessoas não deveriam abrir mão: cada um sabe da sua existência e cuida dela como acha melhor. Acontece que, muitas vezes, estamos tão distraídos com outras coisas que acabamos nosenvenenando inconscientemente. Muitas vezes até sabemos dos danos, mas não queremos nos aprofundar muito nesse conhecimento.
Uma das formas de “entorpecimento alienado” costuma se dar nas escolhas do que colocamos nos nossos pratos todos os dias. Sem dúvida, os alimentos industrializados foram um passo sensacional na evolução de uma sociedade que não tem tempo/vontade para cozinhar a comida em casa. Por isso, antes que você ache que lá vem mais um discurso ecochato, avisamos: odiamos ecochatice. O que a gente quer com esse post é fazer um alerta sobre o fato que estamos nos envenenando, e que a maioria das pessoas não tem consciência desse fato.
Confiamos nas marcas/governo e nem paramos para dar uma olhada nos rótulos das comidas que muitas vezes são tudo, menos alimento. Assim engordamos, ficamos doentes, perdemos vitalidade por falta de consciência. Vale lembrar que nosso objetivo aqui também não é atacar nenhuma marca de produto industrializado; eles não estão fazendo nada de ilegal – errado somos nós que compramos sem pensar. A ideia é questionar: por que tantos químicos e conservantes? Se algumas marcas utilizam produtos mais naturais, por que as outras não seguem o exemplo? Pra que colocar tanto açúcar disfarçado nas comidas? (muitos produtos tem na lista o açúcar como primeiro ingrediente – e os ingredientes são organizados por quantidade, ou seja, se o açúcar está em primeiro, significa que a base do produto é açúcar.)
Em meio a itens disfarçados de comida, há uma infinidade de substâncias químicas como aromatizantes, corantes, antioxidantes, conservantes, estabilizantes e acidulantes que, com consumo exagerado, causam os mais diversos danos aos nossos corpos – desde obesidade, passando por câncer, até enxaquecas e Alzheimer . Esses inimigos são identificados nos rótulos, muitas vezes em letras miúdas, para desmotivar a leitura.
No entanto, se abdicar dos alimentos industrializados não é algo a se considerar, o que fazer para minimizar esse problema? A mudança de hábito é simples: começar a ler a tabela de ingredientes que obrigatoriamente vem em todos os alimentos que compramos. Com esse hábito, você vai perceber que nem todas as marcas/produtos são ruins; algumas delas, conseguem produzir alimentos gostosos sem forçar a barra nas substâncias químicas. Uma regra super básica que funciona na hora de escolher é pensar: se você não sabe o que é aquele ingrediente, seu corpo também não vai saber. Ou seja, privilegiar ingredientes reais/naturais é sempre a melhor decisão.
Para você entender melhor, fomos ao supermercado e saímos fotografando alguns rótulos. Para cada alimento que qualquer pessoa em sã consciência deveria evitar, mostramos que há sim escolhas mais inteligentes e que nem sempre são mais caras. Veja só: (obs: a ideia desse post não é fazer uma análise nutricional complexa dos alimentos, e sim despertar as pessoas para a importância de ler rótulos. Há muito mais coisas que devem ser analisadas além dos ingredientes, como níveis de gordura saturada, sódio, entre outros, mas essa abordagem fica para um próximo post.)
1. Margarina X Manteiga:
A mídia em geral tenta passar a imagem de que a margarina é mais saudável mas, basta uma rápida olhada no rótulo para se assustar: a “inocente” margarina é formada basicamente por ingredientes químicos que não conhecemos. A manteiga da marca fotografada é totalmente diferente: leva dois ingredientes e ambos são conhecidos pela gente.
2. Iogurte com sabor X Iogurte natural
Os dois iogurtes que testamos são da mesma marca. O primeiro, com sabor, tem uma lista de componentes químicos gigantescas – tudo para dar um sabor de cenoura e mel – enquanto o outro, natural, é basicamente leite e fermento. Ok, você quer seu iogurte docinho? Compra mel natural e mistura uma colherona. Vale também colocar frutas e granola. Você vai deixar de ingerir um monte de coisas artificiais somente nessa mudança básica.
3. Suco de laranja de marcas diferentes
Nesse caso, analisamos 2 sucos de laranjas de marcas diferentes (o primeiro de soja, e o segundo não). No primeiro caso, além de ter um monte de conservantes químicos, o primeiro ingrediente é açúcar: ou seja, açúcar é a base desse produto – diferente do segundo, cuja água, suco concentrado e polpa de laranja vêm antes do açúcar, ou seja, são os ingredientes principais. O sabor dos dois é praticamente o mesmo, mas o seu corpo com certeza percebe a diferença no primeiro gole.
4. Macarrão instantâneo normal X Macarrão instantâneo orgânico
Quem nunca recorreu a um macarrão instantâneo numa hora crítica de fome? Não, não queremos que você pare com esse hábito. Apenas queremos mostrar que há opções mais inteligentes. Os ingredientes do primeiro produto estavam numa fonte tão pequena, que mal apareceram na foto (será que é proposital?). Não importa – o importante é perceber a diferença entre o mesmo produto de marcas diferentes. No segundo, apesar de conter diversos ingredientes, eles são 99% naturais e sabemos do que se trata – bom sinal.
5. Chocolate em pó de marcas diferentes
Como dissemos, os ingredientes dos alimentos são listados conforme a quantidade existente. Então obviamente, quando queremos comprar um achocolatado em pó, o ingrediente em maior quantidade tem que ser açúcar. OH WAIT! Açúcar? Isso mesmo. O primeiro chocolate analisado na foto tem açúcar como base – ou seja, você está comprando açúcar com um pouco de chocolate, e não o contrário. Diferente do segundo que tem em sua maioria cacau em pó solúvel.
7. Barra de Cereal de marcas diferentes
E então você vai no mercado e escolhe uma barrinha crente que está fazendo uma escolha super saudável. Mas se lesse o rótulo teria uma surpresa. O primeiro produto da foto já começa mal: o ingrediente que ela tem em maior quantidade é o xarope de glicose, que nada mais é do que um xarope de milho rico em frutose. Extraído do amido, é um adoçante potente e ainda mais barato do que o açúcar tradicional, e aumenta o nível de triglicerídeos no sangue e estimula a obesidade. Ou seja, você compra uma barrinha achando que está dentro da dieta, mas na verdade é uma armadilha. Tirando isso, basta correr os olhos na lista para identificar mais um monte de ingredientes químicos. A segunda marca é muito diferente: tem como base aveia laminada integral e mais um monte de grãos, como toda barra de cereal deveria ser.
8. Tempero artificial X tempero natural
Daí você decide que quer seu arroz um pouco mais temperado, e investe seu dinheiro nesses temperos prontos. Além de terem como base sal, eles contém um vilão que se esconde por trás de muitos alimentos nas gôndolas do mercado: um realçador de sabor chamado Glutamato Monossódico, tradicional da culinária chinesa. O glutamato é considerado uma excitotoxina, ou seja, ele superexcita as células nervosas, pois é utilizado como um transmissor de impulsos nervosos. O consumo excessivo e/ou frequente desta substância tem sido associado à certas doenças neurológicas como: Alzheimer, Parkinson, dificuldade de aprendizado, hiperatividade e enxaquecas. Na dúvida, vá nos ingredientes que sua mãe e avó sempre usaram: a cebola e o alho.
Esses são apenas alguns exemplos diante da imensidão de escolhas que o supermercado oferece todos os dias. Agora a escolha é sua – vai querer investir o seu dinheiro em qual marca? Precisamos incentivar a compra dos produtos que são mais conscientes e naturais e deixar de comprar aqueles que apelam nas substâncias químicas, pois só assim a mudança será gerada. Se deixarmos de comprar produtos de marcas que não estão nem um pouco interessadas na saúde dos seus consumidores, eles terão que correr atrás para acompanhar as exigências dos consumidores.