Na década de 1940, Maria Ribeiro da Silva Tavares foi voluntária no Presídio Central de Porto Alegre. Aos 24 anos, após perder o marido, a assistente social convenceu a diretoria da instituição a dar abrigo a 36 presos.
Aos primeiros detentos, Maria concedeu um privilégio antes que iniciassem o trabalho que ela conseguiu para todos em obras da prefeitura: eles poderiam visitar a família, desde que voltassem ao final da tarde. Todos voltaram.
Anos mais tarde, Maria fundou o Patronato Lima Drumond com a herança de viúva e a ajuda dos detentos, segundo reportagem do blog Brasil, da Folha de S. Paulo. Aos longo dos anos, a assistente social passou a ser protegida pelos presos: tornou-se a única autorizada por eles a entrar na cadeia para mediar rebeliões.
Maria completa 103 anos em novembro de 2014 e continua morando no local em que 63 homens – a quem chama de “anjos” – condenados por tráfico de drogas e homicídio cumprem pena em regime semiaberto.
O Patronato Lima Drumond funciona em parceria com o Estado. De acordo com a reportagem, dos 1.478 estabelecimentos penais do país, apenas 16 tem esse formato.