A história a seguir é verídica.
“Patricia e Miguel, um jovem casal, com apenas 4 anos de casados, têm um bebê de 10 meses.
Eles estavam imersos numa crise conjugal.
Uma noite, após terem colocado o seu bebê para dormir, começaram a discutir as questões que os atormentavam e a briga foi num crescente, a ponto de decidirem por um rompimento do casamento.
Estavam tão agitados, nervosos e aborrecidos um com o outro, que decidiram dar uma esfriada na cabeça.
Patricia foi à casa de sua mãe e Miguel foi conversar com um amigo.
Levaram mais de uma hora ausentes de casa, para que cada um percebesse que haviam largado o bebê sozinho em casa.
Correram para casa de volta, morrendo de preocupação com o bebê que ficou sozinho.
Parecia inconcebível para cada um deles que isso pudesse ter acontecido…”
Quando um casal decide casar-se, sempre existem sentimentos envolvidos, que tendem a ser amorosos e ternos.
Quando eles decidem se separar, também há sentimentos envolvidos, porém opostos:
Culpa, vergonha, sentimento de abandono ou de rejeição, perda da autoestima, preocupações com o futuro, depressão, etc…
O divórcio ou separação é um problema a ser resolvido e não um combate a ser travado!
Inicialmente precisamos nos conscientizar que, como o divórcio é regido por emoções, ele não é apenas uma tarefa jurídica, mas faz-se indispensável lidar com todas as emoções humanas.
No nosso sistema atual, as crianças são vistas, equivocadamente, como propriedade em vez de serem pessoas, o que as torna alvo ou arma de um ou ambos os genitores.
Todavia essas crianças são pessoas e suas necessidades e perspectivas são importantes e precisam ser reconhecidas e comtempladas, podendo falar de seus sentimentos, trazer questões que as preocupam e entender as mudanças em sua família.
Pela sua própria natureza, o processo legal é sempre adverso e focado de uma maneira unilateral.
Algumas pessoas escolhem cuidar sozinhos da separação, acreditando que não irão se meter em encrenca.
Outros, mais realistas, escolhem um mediador e deixam que ele os ajude a negociar as propriedades e a guarda de filhos.
Outras pessoas ainda, buscam a orientação de uma equipe completa multiprofissional, onde poderão receber tanto amparo e orientação legal, como econômica e principalmente lidar com a dor da separação.
Os desentendimentos e ressentimentos de cada parte do casal podem ter uma escalada, se cada um se colocar entrincheirado em lados opostos.
O objetivo de uma mediação na terapia da familia é minimizar o conflito do divórcio (ou da separação), permitindo restabelecer o diálogo.
A premissa é de que a resolução coordenada dos problemas beneficiará a familia toda.
Uma equipe integrada de profissionais especialistas proporciona ferramentas e suporte necessários durante o processo de divórcio( ou separação).
O processo de aconselhamento e/ou de terapia oferece um espaço seguro para que os desacordos sejam ouvidos e discutidos.
O trabalho terapêutico, nesses casos, visa prevenir uma escalada desnecessária do conflito, bem como oferecer a cada um dos pais a ajuda necessária para que possam manter sua maternidade e paternidade responsável durante e após o divórcio.
Anna Anita Tarasiewicz
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